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A dimensão social do ESG

Recentemente, em minhas pesquisas sobre as práticas corporativas sustentáveis, me deparei com uma discussão interessante que destaca um aspecto frequentemente mal interpretado do ESG: o pilar Social.



Muitas vezes, as conversas em torno deste tópico tendem a se concentrar quase exclusivamente em diversidade e inclusão. Sem dúvida, esses são elementos importantes, mas representam apenas uma parcela dos critérios que definem o alcance do pilar Social no contexto do ESG.

 

Conforme apontado por Rafael Avila, especialista do Instituto Brasileiro de ESG, o pilar Social do ESG engloba um conjunto de no mínimo 15 critérios fundamentais. Estes critérios cobrem uma gama diversificada de práticas e questões pertinentes à responsabilidade social corporativa. Eles abrangem:

 


  1. Investimento social privado;

  2. Diálogo e engajamento social;

  3. Impacto social;

  4. Respeito aos direitos humanos;

  5. Trabalho forçado ou compulsório;

  6. Trabalho infantil;

  7. Políticas e práticas de diversidade e equidade;

  8. Cultura e promoção de inclusão;

  9. Desenvolvimento profissional;

  10. Saúde e segurança ocupacional;

  11. Qualidade de vida e saúde mental;

  12. Liberdade de associação;

  13. Política de remuneração e benefício;

  14. Relacionamento com consumidores/clientes;

  15. Relacionamento com fornecedores.


 

A ênfase desproporcional em apenas alguns desses critérios pode levar a uma percepção limitada do que realmente envolve o compromisso social de uma empresa. Além disso, o restrito pode mascarar a necessidade de abordagens mais abrangentes que reconheçam e tratem da totalidade dos desafios sociais enfrentados pelas corporações.

 

Esta reflexão não sugere que a diversidade e inclusão sejam menos importantes, mas sim que elas fazem parte de um conjunto mais amplo de responsabilidades que as empresas têm para com a sociedade. Ignorar ou minimizar outros critérios sociais pode não apenas reduzir a eficácia das iniciativas de responsabilidade social corporativa, mas também expor as empresas a riscos legais, financeiros e reputacionais.

 

Para superar o "social washing" – ou seja, quando empresas afirmam se comprometer com causas sociais, mas não realizam ações práticas que comprovem isso – é necessário entender profundamente e aplicar esses critérios sociais em todos os aspectos das atividades da empresa.

 

Os Princípios para o Investimento Responsável (PRI) e os Padrões GRI emergem como ferramentas fundamentais para orientar as empresas nesse processo. O PRI incentiva a integração de considerações ESG nas decisões de investimento, promovendo um sistema financeiro global sustentável. Já os Padrões GRI propõem uma estrutura para relatórios de sustentabilidade, favorecendo a transparência sobre os impactos das empresas na economia, meio ambiente e na sociedade.

 

A adoção desses padrões e princípios reflete uma mudança de paradigma em direção a práticas de negócios que reconhecem a importância de uma operação sustentável e ética, que não apenas busca o lucro, mas também considera seu impacto ambiental e social.


Aprofundar nosso entendimento e abordagem ao pilar Social do ESG é, portanto, um passo essencial para as empresas que desejam prosperar em um mercado cada vez mais consciente e exigente.


Texto por: Dani Villar

Sócia da Nano Biztools

Quer conversar: contato@nanobt.com.br

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